quarta-feira, 19 de agosto de 2015

À um amigo

Menino sereno, menino sabido
Sofria demais porque sabia demais
Quando vemos a real face da humanidade
Fica difícil sorrir às vezes

Avistei um pixo seu no muro da cidade
Fostes embora mas estás em tudo
Minha mente é um gatilho de memórias
Que a cada estímulo te desperta

Fostes um anjo
Conversas filosóficas pela madrugada
Companheiro de lutas políticas
Desafiador da minha antiga monotonia

Viver é duro e não há justiça no mundo
O lugar em que estamos é horrível demais
Tinhas que ir

Mas sei que ainda estás aqui comigo
Nos pássaros que cantam
Nos skatistas que andam
Nas folhas carregadas pelo vento

No sereno da brisa matinal

sábado, 8 de agosto de 2015

Sobre a saudade

Parece que estás aqui ao meu lado
Quase consigo ouvir suas gargalhadas retumbantes
Às vezes sinto seu perfume marcante no recinto
E imagino seu sotaque sussurrando qualquer coisa que seja em meu ouvido
Poemas, obscenidades, receita de bolo
Relembro suas mãos percorrendo o meu corpo como um viajante percorre estradas em busca de aventuras
Suas carícias que sobre mim pousavam como beija-flor em flores cheias de nectar
Sua altura que me obrigava erguer o queixo para contemplar tamanha paisagem que é a sua presença
Com estas imagens,
Sorrio sozinha e aprecio a beleza que foi te conhecer

A vida tem dessas coisas