quarta-feira, 19 de agosto de 2015

À um amigo

Menino sereno, menino sabido
Sofria demais porque sabia demais
Quando vemos a real face da humanidade
Fica difícil sorrir às vezes

Avistei um pixo seu no muro da cidade
Fostes embora mas estás em tudo
Minha mente é um gatilho de memórias
Que a cada estímulo te desperta

Fostes um anjo
Conversas filosóficas pela madrugada
Companheiro de lutas políticas
Desafiador da minha antiga monotonia

Viver é duro e não há justiça no mundo
O lugar em que estamos é horrível demais
Tinhas que ir

Mas sei que ainda estás aqui comigo
Nos pássaros que cantam
Nos skatistas que andam
Nas folhas carregadas pelo vento

No sereno da brisa matinal

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