nosso
canto fúnebre assusta, apavora
canalhices
acobertadas por instituições
corpos
jogados ao chão por analíticas suposições
provas
desprovidas de devida atenção
foi
homicídio ou proteção?
estamos
defendendo o povo de bem do povo de mal
o
olhar resiliente da criança indefesa assusta afinal
mas
é preta a cara que te encara
não
é pura, é demoníaca
tem
que matar, dispara
a
morte bate à nossa porta
suor
laborial complacente, cansaço entorpecente
raízes
indesejadas que nascem em solos improváveis
estamos
adoecidos, onde estão os injetáveis?
meus
braços cansados levantados
meus
pedidos não ouvidos, ignorados
quadrilhas
sistematicamente organizadas e
guerras
inescrupulosas acobertadas
mas
onde estão as flores? burguês quer falar de amores
olhe
para a botina de um soldado e verás
o
mundo de purpurina virar um mundo de horrores
a
carne é podre, é assassina
os
véus meticulosamente costurados escondem a tão dita chacina
a
crueldade, desumanidade de um povo
o
olhar demoníaco não é nosso, é deles, nada novo
quem
empunha o revólver hoje, incontáveis vezes antes
o
massacre sempre teve uma desculpa alarmante
a
defesa
do
homem branco
malditas
formações arcaicas
que
criam indiferenças cultuadas
extermínios
disfarçados de caridades
um
mundo repleto de bestialidades
nosso
calvário é a segurança deles
e
os danos psicológicos vem com os meses
a
nossa sorte simples consequência
e
a nossa morte vem por inadimplência
corporações
e escravos do século XXI
jovens
problemáticos e loucos tão cedo
atirem,
por favor
a
morte é o menor de nossos
medos
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