não deixarei que minhas trêmulas mãos derrubem mais copos
ou que essa gangorra humana me desastabilize
o leite uma vez derramado não volta mais para a jarra
e o espelho uma vez quebrado possui cicatrizes
a estrada é longa e o horizonte é ali
ando com os pés descalços
para que os espinhos me façam sentir
humanidade
solidão e inverno
o frio não mais me assusta
está dentro de mim
o caminho segue a menina
e a menina rosnando lhe diz
não deixarei que me desestabilizes
não deixarei que domines aqui
meu peito é fogo meu peito é brasa é alma é paixão
a menina segue
e caminha
em busca de contemplação
♡ a lua e suas flores ♡
segunda-feira, 11 de julho de 2016
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
[há muitas coisas que admiro em você
sua doçura, sua coragem, sua ternura
seu afeto
a forma como suas mãos perpassam meus
cabelos
seu sorriso tão grande e sincero que
mal cabe a boca]
PARTILHAR
abri a janela do meu peito e dei de
cara com você
rápido tentei me fechar, tentei me
esconder
a hierarquia social culturalmente
preestabelecida
me assustava e de sua visão busquei
saída
mas já estavas lá
com seu sorriso largo e olhar
penetrante
deixei entrar
“ignore a bagunça”, avisei
“como se eu vim aqui para bagunçar?”
teu peito de dores teu peito de flores
tua cama de solteiro teu espaço no
sofá
esbravejei, “assim não dá!
Apertadinho assim vai incomodar!”
achei difícil compartilhar tanto
encostastes a cabeça na minha,
os pés ultrapassavam o tamanho da
cama,
ocupavas mais espaço do que eu
gostaria
e disse, “ninguém falou que amar
seria fácil, mas que valeria”
Ô se vale
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
À um amigo
Menino sereno, menino sabido
Sofria demais porque sabia demais
Quando vemos a real face da humanidade
Fica difícil sorrir às vezes
Avistei um pixo seu no muro da cidade
Fostes embora mas estás em tudo
Minha mente é um gatilho de memórias
Que a cada estímulo te desperta
Fostes um anjo
Conversas filosóficas pela madrugada
Companheiro de lutas políticas
Desafiador da minha antiga monotonia
Viver é duro e não há justiça no mundo
O lugar em que estamos é horrível demais
Tinhas que ir
Mas sei que ainda estás aqui comigo
Nos pássaros que cantam
Nos skatistas que andam
Nas folhas carregadas pelo vento
No sereno da brisa matinal
Sofria demais porque sabia demais
Quando vemos a real face da humanidade
Fica difícil sorrir às vezes
Avistei um pixo seu no muro da cidade
Fostes embora mas estás em tudo
Minha mente é um gatilho de memórias
Que a cada estímulo te desperta
Fostes um anjo
Conversas filosóficas pela madrugada
Companheiro de lutas políticas
Desafiador da minha antiga monotonia
Viver é duro e não há justiça no mundo
O lugar em que estamos é horrível demais
Tinhas que ir
Mas sei que ainda estás aqui comigo
Nos pássaros que cantam
Nos skatistas que andam
Nas folhas carregadas pelo vento
No sereno da brisa matinal
sábado, 8 de agosto de 2015
Sobre a saudade
Parece que estás aqui ao meu lado
Quase consigo ouvir suas gargalhadas retumbantes
Às vezes sinto seu perfume marcante no recinto
E imagino seu sotaque sussurrando qualquer coisa que seja em meu ouvido
Poemas, obscenidades, receita de bolo
Relembro suas mãos percorrendo o meu corpo como um viajante percorre estradas em busca de aventuras
Suas carícias que sobre mim pousavam como beija-flor em flores cheias de nectar
Sua altura que me obrigava erguer o queixo para contemplar tamanha paisagem que é a sua presença
Com estas imagens,
Sorrio sozinha e aprecio a beleza que foi te conhecer
A vida tem dessas coisas
Quase consigo ouvir suas gargalhadas retumbantes
Às vezes sinto seu perfume marcante no recinto
E imagino seu sotaque sussurrando qualquer coisa que seja em meu ouvido
Poemas, obscenidades, receita de bolo
Relembro suas mãos percorrendo o meu corpo como um viajante percorre estradas em busca de aventuras
Suas carícias que sobre mim pousavam como beija-flor em flores cheias de nectar
Sua altura que me obrigava erguer o queixo para contemplar tamanha paisagem que é a sua presença
Com estas imagens,
Sorrio sozinha e aprecio a beleza que foi te conhecer
A vida tem dessas coisas
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Chegará o dia
Algumas almas nascem marcadas,
São paridas no ringue
Crescem em tatames
Envelhecem em campos de guerra
Aprendem a ter a dor como velha amiga
O sofrimento como companheiro de quarto
Mas chegará o dia
Estes corpos cansados desde a nascença
Enfrentam a insensatez dos desrespeitos diários
que se impõem como marteladas na cabeça
Chacoalhadas nos ombros
Chicotadas nos troncos
Batons nos lábios
Mas nunca esqueça,
Chegará o dia
Algumas almas nascem grandes.
São paridas no ringue
Crescem em tatames
Envelhecem em campos de guerra
Aprendem a ter a dor como velha amiga
O sofrimento como companheiro de quarto
Mas chegará o dia
Estes corpos cansados desde a nascença
Enfrentam a insensatez dos desrespeitos diários
que se impõem como marteladas na cabeça
Chacoalhadas nos ombros
Chicotadas nos troncos
Batons nos lábios
Chegará o dia
Algumas almas nascem grandes.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
Canções do mundo
Mil histórias que voam pelo ar
Notas de farfalhar
Quem compõe o vento?
Conto ouviu o sabiá proclamar
Bem-te-vi que canta faz pombo dançar
Eu canto e conto o que vi
Ou-vi e vi-vi, viu?
Cada canto en-canto
Cada burbúrio, um piar
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Coisas do mar
Salva-dor,
me deixastes
doente.
Pisei na
sua terra de mar, meu
coração de galhos secos sofreu
com tanto sal. À beira
do leito, avistei uma brisa, que
corria no vento, queria
me carregar. Era como
uma onda, não sabia se ia ou ficava. Eu sabia
que queria ficar. Tantas
idas e empurrões, me afogaram. Senti
mais de uma vez o sal nos olhos.
É que o
mar não entende. O cerrado é seco mas é sensível.
Explorei
a cidade noturna em
busca. Coletei
conchas bonitas, pedras raras, caracóis de cabelos curtos. Porque
a noite é escura como um
nego, mas também
é solitária só com o luar. Ouvi dizer que um
dia o mar vem fazer visita. Com sua
mala de algas e seu
cheiro de brisa.
Cultivemos.
O
cerrado dentro de mim pega fogo. O mar
dentro de você tira onda.
E tudo o
que eu quero é um mergulhinho, uma orla para me aconchegar. Mas Okô
disse que a minha horta vai vingar.
Cativemos.
Um dia,
água doce transbordará
em meu peito pesca-dor.
Assinar:
Postagens (Atom)