Salva-dor,
me deixastes
doente.
Pisei na
sua terra de mar, meu
coração de galhos secos sofreu
com tanto sal. À beira
do leito, avistei uma brisa, que
corria no vento, queria
me carregar. Era como
uma onda, não sabia se ia ou ficava. Eu sabia
que queria ficar. Tantas
idas e empurrões, me afogaram. Senti
mais de uma vez o sal nos olhos.
É que o
mar não entende. O cerrado é seco mas é sensível.
Explorei
a cidade noturna em
busca. Coletei
conchas bonitas, pedras raras, caracóis de cabelos curtos. Porque
a noite é escura como um
nego, mas também
é solitária só com o luar. Ouvi dizer que um
dia o mar vem fazer visita. Com sua
mala de algas e seu
cheiro de brisa.
Cultivemos.
O
cerrado dentro de mim pega fogo. O mar
dentro de você tira onda.
E tudo o
que eu quero é um mergulhinho, uma orla para me aconchegar. Mas Okô
disse que a minha horta vai vingar.
Cativemos.
Um dia,
água doce transbordará
em meu peito pesca-dor.
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