segunda-feira, 27 de julho de 2015

Coisas do mar

Salva-dor, me deixastes doente.
Pisei na sua terra de mar, meu coração de galhos secos sofreu com tanto sal. À beira do leito, avistei uma brisa, que corria no vento, queria me carregar. Era como uma onda, não sabia se ia ou ficava. Eu sabia que queria ficar. Tantas idas e empurrões, me afogaram. Senti mais de uma vez o sal nos olhos.

É que o mar não entende. O cerrado é seco mas é sensível.

Explorei a cidade noturna em busca. Coletei conchas bonitas, pedras raras, caracóis de cabelos curtos. Porque a noite é escura como um nego, mas também é solitária só com o luar. Ouvi dizer que um dia o mar vem fazer visita. Com sua mala de algas e seu cheiro de brisa.

Cultivemos.

O cerrado dentro de mim pega fogo. O mar dentro de você tira onda.
E tudo o que eu quero é um mergulhinho, uma orla para me aconchegar. Mas Okô disse que a minha horta vai vingar.

Cativemos.

Um dia, água doce transbordará em meu peito pesca-dor.

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