certo dia, admirei um senhor que se
levantava todos os dias de manhã, cedinho, sentava-se na calçada e
ficava olhando as pessoas passarem. por que será que aquele senhor
escolhia acordar tão cedo para ficar sentado ali sem fazer nada? foi
aí que me transportei para sua mente e vi os ônibus que passavam
abarrotados de gente, os ciclistas que cortavam os carros (e
vice-versa), as pessoas que preferiam se arriscar a caminhar nas ruas
do que nas calçadas, os cachorros vira-latas que saiam a procura de
comida, as carroças que passavam com seus cavalos trotando. em sua
cabeça, todo esse caos fazia sentido. a velocidade da cidade
interiorana, que queria se urbanizar, virava sinfonia diante de seus
olhos. ali, sozinho, vendo cada pequeno indivíduo seguir com suas
vidas, sentia-se completo. não porque vivia à margem da sociedade,
mas porque conseguia ver o papel de cada um que passava por ali. os
trabalhadores na parada de ônibus, os pais que levavam suas crianças
para a escola, as pessoas que iam comprar pão, os estudantes com
suas mochilas pesadas nas costas, os pedreiros labutando desde cedo
nas esquinas. quem passava por aquele homenzinho, sentado, recebia em
troca um olhar sereno e um sorriso reconfortante de quem entendia bem
como funcionava a máquina do cosmos.
Já te amo tanto e a cada texto seu que leio o amor e admiração só aumentam, parabéns pelo belo texto! E escreva mais, sempre mais!
ResponderExcluirAdorei esse! sensibilidade pura
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